quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Bioética e Pastoral da Saúde - outra reflexão



A Pastoral da Saúde sempre visa contribuir na promoção da saúde em todas as suas dimensões para que as pessoas possam ter na sua realidade, vida em abundância (Jo 10,10), sinal do reino de Deus entre nós.
A vida em abundância que Jesus veio trazer, hoje passa pela mediação de toda a humanidade a começar pela própria pessoa que precisa constantemente fazer escolhas que promovam em si mesma o cuidado da vida, a proteção. Todos nós, somos frutos de nossas escolhas, portanto precisamos estar sempre escolhendo e decidindo por aquilo que nos faz ter mais saúde e, assim, mais vida.
A visita ao doente é um dos aspectos importantes para o restabelecimento da pessoa. Ela pode ser um meio para estimular a recuperação da saúde, seu bem estar, avivar sua esperança, pela fé de quem a visita.
Para visitar uma pessoa doente precisamos ir conhecendo sempre mais o que dizer o que não dizer, o que é o melhor para a pessoa, a fim de não irmos visitar um doente para desabafar todas as nossas mágoas, nossos problemas e, nem tampouco, para ir contar nossas histórias de doenças pelas quais passamos.
A escuta é o princípio e o fundamento de toda visita. A escuta é a necessidade maior da qual a humanidade precisa para poder se reintegrar e superar muitos sofrimentos pelos quais está passando. Em nossa experiencia pessoal, podemos constatar o quanto a escuta nos tem feito bem, nos tem ajudado.
Escutar é bem mais profundo do que simplesmente ouvir. Escutar é a ação de acolher a pessoa com todos os sinais do seu corpo, do seu semblante. A pessoa pode estar falando palavras, mas sabemos o quanto seus sinais e expressões estão comunicando algo muito mais profundo de seu sofrimento, de suas expectativas, de suas necessidades.
Ouvir com o coração é um grande desafio, pois nossa tendência é a de preparar as respostas imediatas ao que a pessoa doente está falando, ou até cortamos o assunto para demonstrar nosso conhecimento, nossas sugestões e às vezes até passamos a receitar terapias e medicamentos que  “nos ajudaram e que nos fizeram tão bem”, achamos que isto vai ajudar também a promover a saúde na outra pessoa. Mal pensamos que a sua história de doença é outra, a realidade da pessoa doente é outra, o que contribui para que ela adoecesse é outra realidade.
Vamos refletir um pouco em, como estamos realizando nossa visita aos doentes, para  melhor qualificar as mesmas e sermos pessoas de escuta, de fé e de esperança. Haverá visitas nas quais vamos ser apenas uma presença junto da pessoa doente e não precisamos dizer nada. A nossa presença fala do Deus da vida que carregamos dentro do nosso coração. O doente precisa crer que nós cremos na vida, que nós cremos em Deus. Na próxima reflexão falaremos sobre o tempo da visita e algumas expressões que ajudam e outras que não ajudam na visita às pessoas doentes. Que Jesus, o médico por excelência nos faça servidores da vida.
                                                                                        Ir. Marisa Inêz Mosena 

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