quarta-feira, 11 de julho de 2012

Dimensões da Pastoral da Saúde


         Durante muito tempo a ação pastoral da Igreja no Brasil, no mundo da saúde, era totalmente voltada para os enfermos e sua doença, isto é, apenas visitava enfermos de forma solidária e ministrava sacramentos. Não existia uma preocupação no aspecto de ter uma ação para promover a saúde, nem de lutar publicamente para se ter medidas políticas e sociais para melhorar o atendimento aos doentes, ou seja, não existia, por parte da Igreja, uma preocupação com a saúde pública em termos político-sociais, mas apenas no aspecto solidário, por ações caritativas. Acentuava-se o aspecto solidário de visitar o doente e nada mais. Essa pastoral ficou conhecida como Pastoral dos Enfermos.

            Hoje a ação pastoral no mundo da saúde não pode ficar apenas restrita ao aspecto solidário da visita aos enfermos. Expande-se para os aspectos de prevenção e de lutas por políticas públicas, capazes de construir um sistema público de saúde que atenda o povo brasileiro com dignidade. Por isso a Pastoral da Saúde abrange três dimensões: Dimensão Comunitária, Dimensão Solidária e Dimensão Política-Institucional.

a) Dimensão Comunitária:
Objetivo: Favorecer a promoção e a educação em saúde com ênfase na saúde pública e no saneamento básico, agindo de maneira preferencial no campo da prevenção das enfermidades e da promoção de estilos de vida saudáveis”. Nessa dimensão, organizaram-se encontros com profissionais de saúde, promovem-se campanhas preventivas (como contra a dengue). Formam-se líderes comunitários para atuarem nos Conselhos de Saúde em defesa dos interesses coletivos e na divulgação de informações e conhecimentos importantes para toda a comunidade. Nessa dimensão comunitária, também se valorizam o conhecimento, a religiosidade e a sabedoria popular em relação à saúde. (Medicina Caseira)

b) Dimensão Solidária:
Objetivo: “Ser presença de Jesus, Bom Samaritano, ao lado dos doentes e dos que sofrem no ambiente familiar, nas comunidades e nas instituições da saúde”. Nessa dimensão, a Pastoral da Saúde coloca-se  ao lado dos necessitados, a exemplo do Bom Samaritano (Lc 10,25-37), a fim de promover mais dignidade no viver, mesmo na dor e no sofrimento. Com isso, defende os direitos dos enfermos a um tratamento mais humano e responsável. Na solidariedade, a Igreja faz-se presente por meio do agente de pastoral, que vai ao encontro do outro ferido e faz o possível para confortá-lo no seu sofrimento e socorrê-lo na sua dor. Nas visitas aos enfermos, o agente mostra com seu testemunho que é possível uma relação além da técnica com o doente, pois o ser humano enfermo é visto como um ser integral, com dimensões físicas, psíquicas, sociais e espirituais.

c) Dimensão Político-Institucional:
Objetivo: “Zelar para que os organismos e as instituições públicas e privadas que prestam serviço de saúde e formam profissionais nessa área para que tenham presente em sua missão social, política,  ética, bioética, comunitária e religiosa”. Essa dimensão tem uma atuação mais política e social, a fim de lutar para que todos tenham acesso a um atendimento de saúde com qualidade e respeito. Exige que os programas do governo aconteçam e cheguem aos mais pobres e necessitados atuando, sobretudo, no controle social.

            A Pastoral da Saúde age a partir  do encontro com Cristo, onde está o seu alicerce e fundamento. Dessa forma, a Pastoral é marcada por um agir evangélico e sobre a assistência do Espírito Santo na promoção da saúde e em defesa da vida digna. “Vim para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10)

Este texto foi retirado de uma publicação da Arquidiocese de Feira de Santana: Pastoral da Saúde. Ano VI – Nº09


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