Durante
muito tempo a ação pastoral da Igreja no Brasil, no mundo da saúde, era
totalmente voltada para os enfermos e sua doença, isto é, apenas visitava
enfermos de forma solidária e ministrava sacramentos. Não existia uma
preocupação no aspecto de ter uma ação para promover a saúde, nem de lutar
publicamente para se ter medidas políticas e sociais para melhorar o
atendimento aos doentes, ou seja, não existia, por parte da Igreja, uma
preocupação com a saúde pública em termos político-sociais, mas apenas no
aspecto solidário, por ações caritativas. Acentuava-se o aspecto solidário de
visitar o doente e nada mais. Essa pastoral ficou conhecida como Pastoral dos
Enfermos.
Hoje a ação pastoral no mundo da
saúde não pode ficar apenas restrita ao aspecto solidário da visita aos enfermos.
Expande-se para os aspectos de prevenção e de lutas por políticas públicas,
capazes de construir um sistema público de saúde que atenda o povo brasileiro
com dignidade. Por isso a Pastoral da Saúde abrange três dimensões: Dimensão
Comunitária, Dimensão Solidária e Dimensão Política-Institucional.
a)
Dimensão Comunitária:
Objetivo:
Favorecer a promoção e a educação em saúde com ênfase na saúde pública e no
saneamento básico, agindo de maneira preferencial no campo da prevenção das
enfermidades e da promoção de estilos de vida saudáveis”. Nessa dimensão,
organizaram-se encontros com profissionais de saúde, promovem-se campanhas
preventivas (como contra a dengue). Formam-se líderes comunitários para atuarem
nos Conselhos de Saúde em defesa dos interesses coletivos e na divulgação de
informações e conhecimentos importantes para toda a comunidade. Nessa dimensão
comunitária, também se valorizam o conhecimento, a religiosidade e a sabedoria
popular em relação à saúde. (Medicina Caseira)
b)
Dimensão Solidária:
Objetivo:
“Ser presença de Jesus, Bom Samaritano, ao lado dos doentes e dos que sofrem no
ambiente familiar, nas comunidades e nas instituições da saúde”. Nessa dimensão,
a Pastoral da Saúde coloca-se ao lado
dos necessitados, a exemplo do Bom Samaritano (Lc 10,25-37), a fim de promover
mais dignidade no viver, mesmo na dor e no sofrimento. Com isso, defende os
direitos dos enfermos a um tratamento mais humano e responsável. Na solidariedade,
a Igreja faz-se presente por meio do agente de pastoral, que vai ao encontro do
outro ferido e faz o possível para confortá-lo no seu sofrimento e socorrê-lo
na sua dor. Nas visitas aos enfermos, o agente mostra com seu testemunho que é
possível uma relação além da técnica com o doente, pois o ser humano enfermo é
visto como um ser integral, com dimensões físicas, psíquicas, sociais e
espirituais.
c)
Dimensão Político-Institucional:
Objetivo:
“Zelar para que os organismos e as instituições públicas e privadas que prestam
serviço de saúde e formam profissionais nessa área para que tenham presente em
sua missão social, política, ética,
bioética, comunitária e religiosa”. Essa dimensão tem uma atuação mais política
e social, a fim de lutar para que todos tenham acesso a um atendimento de saúde
com qualidade e respeito. Exige que os programas do governo aconteçam e cheguem
aos mais pobres e necessitados atuando, sobretudo, no controle social.
A
Pastoral da Saúde age a partir do
encontro com Cristo, onde está o seu alicerce e fundamento. Dessa forma, a
Pastoral é marcada por um agir evangélico e sobre a assistência do Espírito
Santo na promoção da saúde e em defesa da vida digna. “Vim para que todos
tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10)
Este
texto foi retirado de uma publicação da Arquidiocese de Feira de Santana:
Pastoral da Saúde. Ano VI – Nº09
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