Este binômio: bioética e pastoral da
saúde são inseparáveis. Ambos se referem às questões vitais do ser humano.
Realizam-se entre o espaço da concepção até o último entardecer da vida.
Procuram dar respostas às grandes interrogações acerca da vida e da morte. São
o espaço do diálogo sobre o sentido do sofrimento humano e as razões mais
profundas do mesmo. Criam um horizonte de possibilidades de serenidade,
resiliência e esperança.
A Bios-ética = Bioética é como o coração
de toda a vida humana. Ela é sistema circulatório, o ethos, a casa, o terreno
fértil onde são tratados todos os assuntos que se referem à vida humana. Bios
quer dizer vida e ética é o modo ou o jeito do ser humano ser no mundo. A
bioética, pouco a pouco, vai dialogando com todas as ciências para colocar em
evidência o ser humano, a vida a qual está em primeiro lugar, antes das coisas,
antes do financeiro, do lucro, do status. Jesus veio “para que todos tenham
vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10).
Em outro momento Jesus disse: “o sábado é
para o homem e não o homem para o sábado”. O que significa dizer: todas as
coisas, todas as ciências, toda inteligência, toda criatividade estão voltadas
para o bem da pessoa humana. Não é o lucro desenfreado que tornam a pessoa mais
humana! Existe uma distorção e inversão de valores. Se conseguirmos refletir
sobre esta realidade contundente, em que as coisas tomaram o lugar do ser
humano coisificando-o, dando seu valor conforme a produtividade, conforme
critérios de lucro e rentabilidade invertemos o sentido último da criação: o
homem livre criado à imagem e semelhança de Deus! Pelo contrário, o ser humano
está se tornando escravo daquilo mesmo que ele cria, inventa. (Dicionário de
pastoral da Saúde p.97).
Refletir sobre bioética e Saúde,
significa colocar-se num caminho de grandes contradições, desigualdades,
injustiças. É preciso, pelo menos lutar por uma antropologia nova,
ou seja, colocar, novamente o ser humano em seu devido lugar: como imagem e semelhança de Deus, administrando as
coisas e as situações com sua dignidade e valor a fim de proporcionar “vida e
vida em abundância para TODOS e não privilégio de alguns!” Mais urgente ainda será o propósito e a
medida honesta, transparente e urgente de desatrelar a saúde da politicagem!
Não se pode dar privilégios de atendimento a uns, em detrimento e prejuízo e
até perda da vida de outros. Isto clama aos céus!
O tema da Campanha da Fraternidade veio para ficar! Ele é como uma ponta de
lança para todos os profissionais da saúde e para toda a humanidade: “Que a
saúde se difunda sobre a terra!” (Eclo 38,8) As grandes questões de
fraternidade e saúde pública são um desafio e uma provocação que pedem resposta
– o que podemos fazer para que todos possam ter atendidas as suas necessidades
básicas como filhos do mesmo Pai e irmãos entre nós? Vamos juntos fazer o passo
a passo da Saúde detectando, por primeiro, quais os problemas e prioridades de
saúde em nossa Comunidade/Bairro/Paróquia/Município....
Ir. Marisa Inêz Mosena
Coordenadora
Arquidiocesana da Pastoral da Saúde
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A Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro agradece a sua colaboração através deste comentário.
Que a graça e a paz de Jesus, nosso Salvador, acompanhem você e sua família sempre!