quarta-feira, 25 de julho de 2012

BIOÉTCIA E PASTORAL DA SAÚDE


Este binômio: bioética e pastoral da saúde são inseparáveis. Ambos se referem às questões vitais do ser humano. Realizam-se entre o espaço da concepção até o último entardecer da vida. Procuram dar respostas às grandes interrogações acerca da vida e da morte. São o espaço do diálogo sobre o sentido do sofrimento humano e as razões mais profundas do mesmo. Criam um horizonte de possibilidades de serenidade, resiliência e esperança.
A Bios-ética = Bioética é como o coração de toda a vida humana. Ela é sistema circulatório, o ethos, a casa, o terreno fértil onde são tratados todos os assuntos que se referem à vida humana. Bios quer dizer vida e ética é o modo ou o jeito do ser humano ser no mundo. A bioética, pouco a pouco, vai dialogando com todas as ciências para colocar em evidência o ser humano, a vida a qual está em primeiro lugar, antes das coisas, antes do financeiro, do lucro, do status. Jesus veio “para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10).
Em outro momento Jesus disse: “o sábado é para o homem e não o homem para o sábado”. O que significa dizer: todas as coisas, todas as ciências, toda inteligência, toda criatividade estão voltadas para o bem da pessoa humana. Não é o lucro desenfreado que tornam a pessoa mais humana! Existe uma distorção e inversão de valores. Se conseguirmos refletir sobre esta realidade contundente, em que as coisas tomaram o lugar do ser humano coisificando-o, dando seu valor conforme a produtividade, conforme critérios de lucro e rentabilidade invertemos o sentido último da criação: o homem livre criado à imagem e semelhança de Deus! Pelo contrário, o ser humano está se tornando escravo daquilo mesmo que ele cria, inventa. (Dicionário de pastoral da Saúde  p.97).
Refletir sobre bioética e Saúde, significa colocar-se num caminho de grandes contradições, desigualdades, injustiças.  É preciso,  pelo menos lutar por uma antropologia nova, ou seja, colocar, novamente o ser humano em seu devido lugar: como  imagem e semelhança de Deus, administrando as coisas e as situações com sua dignidade e valor a fim de proporcionar “vida e vida em abundância para TODOS e não privilégio de alguns!”  Mais urgente ainda será o propósito e a medida honesta, transparente e urgente de desatrelar a saúde da politicagem! Não se pode dar privilégios de atendimento a uns, em detrimento e prejuízo e até perda da vida de outros. Isto clama aos céus!
O tema da Campanha da Fraternidade  veio para ficar! Ele é como uma ponta de lança para todos os profissionais da saúde e para toda a humanidade: “Que a saúde se difunda sobre a terra!” (Eclo 38,8) As grandes questões de fraternidade e saúde pública são um desafio e uma provocação que pedem resposta – o que podemos fazer para que todos possam ter atendidas as suas necessidades básicas como filhos do mesmo Pai e irmãos entre nós? Vamos juntos fazer o passo a passo da Saúde detectando, por primeiro, quais os problemas e prioridades de saúde em nossa Comunidade/Bairro/Paróquia/Município....

                                               Ir. Marisa Inêz Mosena
                        Coordenadora Arquidiocesana da Pastoral da Saúde
                                   marisainez@yahoo.com.br

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