sexta-feira, 25 de maio de 2012

Coração de Jesus, fonte do Espírito Santo


Por que a Igreja nos apresenta nesta sexta-feira, tríduo de pentecostes, este texto do cap 21 de S.João?
Domingo celebramos a festa da Ascensão do Senhor – Jesus nos dava uma ordem: “Ide pelo mundo e pregai o evangelho a toda criatura, quem crer e for batizado será salvo.  Esses sinais acompanharão aquele que crêem, falarão novas línguas, expulsarão os demônios, curarão os doentes...”
Jesus dera esta ordem (Mc 16, Lc 24 ou Mt 28 a cada ano lemos.
Atos 1,1-11 aonde Jesus também nos falava . Este livro é evangelho em dois momentos, e o cap 1 é um desse momentos:“Não se afastem de Jerusalém até que vocês seja revestidos com a força do alto.”
Jesus, que já tinha enviado os discípulos a pregar o evangelho, já tinha dado poderes aos discípulos, de anunciar o evangelho, expulsar os demônios, curar os doentes, de falar novas línguas.. Antes de subir ao
Pai, Jesus dá uma nova ordem: “Não se afastem de Jerusalém, até que vocês sejam revestidos com a força do alto.”Então os apóstolos não tinham ainda o ES quando Jesus falou isso?
Sim, tinham comprova-se no evangelho Jo 20 quando Jesus ressuscitado soprou sobre eles dizendo “recebei o ES”.
Eles já tinham o ES do próprio contato com Jesus, já tinham o ES quando Jesus ensinou o Pai Nosso. (Lc 11,1-13) Se eles já tinham o ES que o próprio Cristo havia soprado sobre eles, por que precisavam ir para Jerusalém e não se afastar de lá até que se cumprisse aquela promessa, aquela profecia, que a Igreja nos fez recordar e nós meditamos em Jo cap 14, 15 e especialmente 16, “vou mandar outro paráclito”
Eles já tinham ES, já tinham os poderes de falar novas línguas, converter as pessoas, não só os apóstolos mas o grupo de 72, os discípulos também que voltaram impressionados.
Jesus lhes disse que ficariam mais impressionados quando vissem o filho do homem descendo do céu em toda sua plenitude.
Se já tinham o ES, então a missão salvífica de Jesus foi incompleta?
Por que Jesus lhes deu aquela ordem e lês obedeceram?
Mais do que isso, Maria, a mulher mais plena do Espírito que o planeta terra conheceu, que a própria Biblia diz que ela era plena de graça (cheia em português não traduz o termo grego, que é dinâmico e talvez em português seja de fato a palavra plena que vem do latim, mas ainda não traduz tudo)
Cheio diferente pleno (um copo cheio d’água, debaixo de uma torneira, jorrando água o tempo todo, está pleno) pleno é cheio e não pára de ser.  Se parar de jorrar já não será pleno.
No grego pleno significa constantemente pleno sem nunca poder se esvaziar.
Podemos fazer um paralelo fabuloso entre Eva e Maria:
Maria é a primeira - a mãe dos seres vivos.  Eva, a primeira - a mãe dos seres vivos.
Eva foi criada diretamente por Deus
Maria foi criada com um toque especial de Deus, sem pecado, a exemplo de Eva porque quando Deus criou Maria pensou em Eva.
O grande elogio que o anjo fez a Maria foi que ela agiu ao contrário da primeira mulher, por isso Jesus, nos caps 2 e 19 de São João dirige-se a Maria não pelo nome de minha mãe nem pelo nome de Maria e sim Mulher.  O texto original vem com M maiúsculo.
Do mesmo jeito que no cap 18 de Jo Jesus é apresentado como o homem, o novo Adão, o Adão que fez a plenitude de Deus em sua vida, que não se esvaziou de Deus em nenhum momento, embora o trecho, (quenoc) o despojamento de Jesus de Fil 2 “não se apegou a condição divina mas jamais se nivelou a condição do pecado.”
Quem procurou Eva quando ela estava sozinha? Um anjo disfarçado de serpente.
Por isso quando Maria está sozinha um anjo também vai aparecer para ela.
As condições são absolutamente iguais.
A diferença é que a solidão de Eva era isolamento e a solidão de Maria era silêncio.
A solidão de Eva era fechamento, a solidão de Maria era abertura para a graça.
A solidão de Eva era fuga, a solidão de Maria era reserva.
Por isso ela não se perde em nenhum momento.
Cada vez que rezamos ave Maria estamos proclamando o nome da mãe de todos os viventes, Eva.
Por isso, no sábado santo, dia em que Jesus desceu aos infernos, à mansão dos mortos (Credo) – (na oração da manhã, no ofício das leituras dos religiosos e padres há uma linda oração da igreja contando o encontro de Jesus com Adão e Eva).  As primeiras pessoas que Jesus salvou, que estava na prisão dos mortos, no inferior (inferno é inferior), foram Adão e Eva.
É fé da Igreja católica que Adão e Eva estão no paraíso, estão no céu.
A Igreja nunca falou que alguém esteja no inferno, mas afirma, pela sua oração, que Adão e Eva estão no céu, porque eles foram os primeiros redimidos depois da morte de Jesus.
Maria é a primeira redimida pela encarnação de Jesus.
A experiência do batismo no Espírito Santo em nós é absolutamente a mesma.
Cada um de nós recebeu o Espírito Santo.  E cada um de nós o recebeu em plenitude.  Vários textos nos afirmam que nós recebemos a plenitude do Espírito.  E quando eu falo nós significa cada um porque Deus nunca olha a multidão, Deus nunca vê multidão, Deus vê cada pessoa, Deus olha para você.  Você é sempre único diante de Deus, você não é um numero a mais, você é alguém único diante de Deus.
Cada um de nós recebeu a plenitude do espírito, não tenha medo de afirmar que você recebeu a plenitude do Espírito do mesmo jeito que Maria recebeu a plenitude do Espírito.
Acontece que a grande maioria de nós, e falo isso começando por mim, com muita consciência, faz com o Espírito o que Eva fez com a plenitude da graça que havia recebido.  Nós nos fechamos, nos isolamos, nos escondemos, nos afastamos, perdemos a comunhão com Deus.
Portanto a plenitude do espírito está em mim, há alguma força, neste ou no outro mundo, incluindo o céu e o inferno, que possa tirar de você a plenitude do Espírito Santo que você recebeu?
Não!
Nem neste nem no outro mundo.  Nem no inferno, o demônio não pode tirar a plenitude do Espírito Santo de você nem de mim.
E nem Deus pode tirar, porque está em Rm 11,29: os dons e a graça de Deus são irrevogáveis portanto, não tem como.
Deus tirou a plenitude da graça de Eva?  Não.
Eva perdeu a plenitude da graça? Não.
Então o que aconteceu com Eva? Ela não fez a parte humana.
E isso é dogma da fé católica.  Quando recebemos o sacramento do batismo, quando por exemplo, o sacerdote põe a vela na mão da criança, do padrinho, da madrinha e diz: recebeste o dom da fé, cuida dele, não deixe que esta chama se apague, tome cuidado, ela pode se apagar.
Por que? Porque é dom de Deus, mas é acolhida humana, senão o ser humano seria um fantoche, e não é.  A liberdade absoluta que Deus deu a Eva, que Deus deu a Adão, também deu a Maria.
A prova de que Maria estava e continuou estando em comunhão de plenitude com essa graça é que, mesmo sendo plena do Espírito Santo, mesmo tendo tido uma intimidade com o Espírito que nenhum outro ser no mundo, nem Jesus Cristo encarnado teve.
A relação que Maria teve com o Espírito Santo  nenhum ser pode ter, nem mesmo Jesus Cristo, porque Jesus Cristo foi exatamente fruto dessa intimidade.  O ES Ele era tão pleno em Maria que inclusive a sua carne foi plenificada pelo Espírito.  Não havia nenhum espaço no corpo de Maria que não fosse plenitude do Espírito Santo.  É como se dissesse que Maria não deixou que o Espírito Santo ficasse só na sua alma, só no seu coração, só na suas idéias, só na sua vontade.  Maria permitiu que o Espírito Santo ocupasse cada pedaço do seu ser.  A unha de Maria era plena do Espírito Santo.  Porque há em Maria uma junção, uma efusão, uma fusão, uma comunhão íntima a ponto dela ser chamada Esposa.  E a Igreja que deu esse título a Maria, esposa do Espírito, portanto esposa significa uma só carne.  Maria é como se fosse uma só carne com o Espírito.
Há teólogos e alguns deles aqui no Brasil da linha até da teologia da libertação que chegaram a afirmar que, do mesmo jeito que em Jesus Cristo aconteceu a encarnação do Verbo, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, em Maria teria acontecido a encarnação do Espírito.  Ora, a Igreja nunca afirmou isso, não é uma doutrina de fé, mas é uma analogia maravilhosa, para nos mostrar que o ser humano mais parecido com o Espírito Santo, o ser carnal que refletiu o Espírito Santo em plenitude foi Maria.
E, no entanto, o que ela está fazendo lá, no dia de Pentecostes, junto com a Igreja e com os apóstolos? Nós rezamos isso no 3º mistério glorioso: o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos e sobre Maria.  Como poderia descer sobre Maria se já estava nela?  Da mesma forma que desceu sobre os apóstolos já estando neles?  E da mesma forma que Ele quer descer sobre mim e sobre você já estando em nós.
Exatamente pela dinamicidade do batismo no Espírito Santo.
Essa dinamicidade é que, infelizmente, o mundo está conseguindo, o encardido está conseguindo, até mesmo em grupos que se dizem carismáticos, estatizar, parar a ação do Espírito Santo.  E há alguns elementos que fazem com que isso aconteça (será abordado na palestra seguinte).
Se da parte de Deus é sempre 100%, da parte humana tem de ser também 100%
Deus não retirou a plenitude da graça de Eva, foi ela quem num determinado momento se afastou dessa graça.
Ela saiu com o copo cheio, saiu da fonte dessa água, o copo balança, derrama e começa a esvaziar.  Essa água parada não gera vida (veja o exemplo da truta que só se reproduz em água limpa e corrente)
O Espírito Santo, os frutos dele também só se reproduzem em pessoas que tenham a coragem de estar  sempre embaixo dessa água viva, dessa água corrente, dessa água limpa.  Aquele que se encontra nessa água parada do comodismo, do individualismo, vai perdendo essa graça.
Fique bem claro: não tem como perder a plenitude do Espírito que está em você.
A Bíblia chega ao absurdo de afirmar que o Espírito Santo é o penhor da nossa herança.  Que Deus penhorou o Espírito Santo por mim e por você.
Mas nós precisamos agora fazer a nossa parte.  E que parte é essa que a Igreja nos convidou ao longo desta semana a rezar?
Por que Jesus disse então para os apóstolos, os discípulos, Maria, Marta, Lázaro, com certeza Maria, mãe de Tiago, com certeza absoluta Maria Madalena e todos aqueles que formaram os primeiros 120 cristãos que estavam no dia de Pentecostes.
Porque Jesus mandou que eles fossem para o cenáculo para aprender algumas coisas que eu sinto em dizer, muitos de nós ainda não aprendemos.
Interessante, para onde os discípulos, Maria e os primeiros cristãos com os apóstolos se dirigiram logo após a ascensão de Jesus, que segundo Lucas 24 aconteceu no monte que separava Jerusalém de Betânia.  Do jeito que Jesus saiu de Betânia, na 5ª feira santa o que ele foi fazer lá?  celebrar a páscoa, a última ceia.  Quando Jesus mandou que os apóstolos, a igreja primitiva e Maria voltassem para Jerusalém, para onde foram?  foram para o mm lugar, mas como agora era um grupo muito grande, 120 pessoas, na última ceia eram 12, mais Jesus e alguns serviçais, na última ceia ficaram na salinha superior, quando eles chegaram no mesmo lugar, e isso é muito importante, porque quando Jesus mandou que eles não se afastassem de Jerusalém eles não foram para um lugar qualquer, eles poderiam ter ido para o monte calvário ou para a grande Betânia, mas eles vão para o mesmo lugar onde estiveram reunidos com Jesus vivo, na ultima ceia.  Agora não podem ficar na parte superior, é muito pequeno para eles, então vão para o porão.  O cenáculo  está exatamente embaixo, é o porão de onde foi realizada a ultima ceia.  Percebendo-se os sinais: no domingo então Jesus envia os discípulos pegarem mas diz antes (Atos 1, 1-11) não se afastarem de Jerusalém vocês precisam ser revestidos com a força do alto, eles vão para Jerusalém, ali escolhem o sucessor de Judas.  A Igreja precisa estar com a sua hierarquia completa.  Matias é escolhido,  o que ficam fazendo esses 10 dias até o dia de pentecostes? Ficam em profunda oração e a segunda coisa que ficam fazendo, ficam relendo oralmente – porque não tinha escrita - aquilo que Jesus fez com os discípulos de Emaús eles ficaram fazendo no cenáculo (Atos 2, 42 perseveraram eles na doutrina dos apóstolos) não era na doutrina de Jesus, dos apóstolos significava que cada um deles tinha recebido e guardado um pedaço dessa doutrina e que à frente deles, mesmo estando ali a mais perfeita criatura da terra, Maria santíssima, que tinha o es em plenitude como nenhum outro ser humano, e nem Jesus, se manteve naquela intimidade, mas é Pedro que vai estar a rente dessa igreja e por isso é Pedro que vai assumir a palavra.
Ao longo dessa semana de oração pela unidade dos cristãos – essas leituras, além do cap 21 hoje e amanhã, na segunda feira o finalzinho do capítulo 16, que também é pedagógico, versículo 33 do Evangelho de João, Jesus dizia: “no mundo tereis muitas dificuldades, tribulações, aflições, mas coragem, eu venci o mundo”.
Coragem – cor, latim = coração; agem = força
(Porque para se ter essa força do coração, essa força dinâmica, quais os dois grandes sinais que saem do coração de Jesus?  Sangue, eucaristia e Espírito Santo.  Foram correndo para o lugar onde tinham experimentado aquilo que João tinha contemplado, Maria também porque estava de pé aos pés da cruz, quando o soldado Longino furou o coração de Jesus e do coração de Jesus rasgado, saiu sangue e água, fonte da divina misericórdia.)
Contemplamos esse Jesus que vai fazer com Pedro o que fez com a igreja inteira.
A força que veio do coração de Jesus? O que saiu do coração rasgado do Senhor?  Sangue, o sangue da nova e eterna aliança.  E a água? a água viva é o símbolo do Espírito Santo.  No sangue, Eucaristia, e Espírito Santo que brotaram do coração de Jesus e a Igreja é chamada a ir lá naquela fonte, inclusive geográfica, olha a importância do lugar, por que os apóstolos, Maria e a primeira igreja correm para o cenáculo?  Eles foram celebrar a Eucaristia.
Os testemunhos que tinham, o testemunho de Pedro (na praia), dos discípulos de Emaús, estava no lugar onde Jesus havia celebrado a última ceia, estavam com a presença de Maria (Atos 2) Lucas vai contar que a igreja primitiva fez depois de pentecostes, estava fazendo antes, durante a semana de oração pela unidade da igreja pedida por Jesus, essa semana de oração foi criada por Jesus, Atos 2,42: perseveraram eles, continuaram eles, firmes na doutrina dos apóstolos – ficaram lá partilhando aquilo que Jesus ensinava – nas reuniões em comum – a grande reunião em comum que fizeram: o cenáculo; na fração do pão – a eucaristia, e nas orações.  As quatro coisas que ficaram fazendo no cenáculo: primeiro, aprender a viver em comunidade, segundo, aprofundar a doutrina dos apóstolos, não é a doutrina de Jesus porque Jesus ressuscitado não é mais alguém que nos ensina uma doutrina, Jesus ressuscitado é Ele a própria doutrina. Jesus pregou o reino de Deus, os apóstolos pregaram Jesus, porque perceberam Jesus é o reino, Jesus é a Palavra.  A doutrina dos apóstolos significa que eles anunciaram e comunicaram o próprio Cristo, a doutrina dos apóstolos é o nome de Jesus, nome sobre o qual cada um de nós unicamente pode ser salvo, eles perseveraram na doutrina dos apóstolos, no aprendizado de vida comunitária, na fração do pão, cada um partilhando aquilo que tinha (Aos 4,32), com grande coragem (João 16,33) e nas orações, não ficaram só no sacramento da Eucaristia, mas também nas orações (Lc 11,1-13). Pedi e recebereis...
Precisamos insistentemente pedir o Espírito Santo até quando eu estiver pleno, cheio, repleto, completamente cheio, enquanto eu não produzir os frutos desse espírito eu não posso parar.
Por isso que Jesus monta esse cenário espetacular.
Pedro havia cometido o mais terrível pecado da face da terra.  O pecado de Pedro foi muito maior do que o de Adão e Eva, o pecado de Pedro foi, teologicamente falando, o absurdo dos absurdos porque sendo Pedro o Papa, ao negar Jesus é como se tivesse mandado Jesus para o inferno.  E Jesus foi, só que foi para salvar as almas que estavam lá.
Esse homem, escolhido pelo  Senhor para ser o primeiro Papa, se não tivesse recebido a cura interior, profunda, que o Senhor realizou agora neste evangelho, imagine se ele poderia tomar a palavra no dia de Pentecostes e falar como ele falou.  Alguém iria tomar a palavra e dizer, por acaso não foi o senhor que o negou três vezes (e mais uma vez ele ia dizer que não).
Jesus precisava curá-lo.  Mas Jesus é de uma delicadeza, e essa é a nossa esperança.
A delicadeza de Jesus é espetacular.  A única coisa que Ele quer de Pedro e de qualquer um de nos é que a gente chegue, pela graça e misericórdia de Deus, a amá-lo mais do que qualquer outro amor que a gente tenha na vida.
Jesus rezou (Jo 17,26) ao pedir a plenitude de Deus para mim e para você, ao pedir a plenitude da alegria para nós, cap 17, ao pedir que nossas tristezas se transformassem em alegria, cap 17, 16 Jesus concluía, que Eles sejam um, (vers 21,23 integrados, livres) em mim como estou em ti ó Pai) e neste versículo 26 “para ti o amor com que me amaste esteja nele e eu também esteja neles.
Que amor é esse?
É esse amor que agora Jesus pergunta para Pedro.
Na semana da unidade a Igreja precisa aprender a viver em comunidade.  É na comunidade que os frutos do espírito santo vêm à tona na sua plenitude mas  ninguém faz comunidade com ninguém e Pedro não poderia em comunidade com a igreja primitiva se Pedro não tivesse curado seu coração desse pecado gravíssimo que ele cometera.  El tinha negado o senhor três vezes.  Jesus vai atrás de Pedro  e o encontra no mesmo lugar.  Uma outra rede estava arrebentada, o coração de Pedro, a unidade da Igreja.  Jesus estava na mesma praia, no mesmo barco, no mesmo mar.  A pessoa que tem o coração ferido e machucado arrebenta a unidade e não consegue pescara nada.  Se nosso ministério está sendo infrutífero é porque estamos com nossas redes rebentadas.  Jesus retribui a delicadeza de Pedro, agora Jesus espera.  João conta que é o Senhor e Pedro vem nadando, correndo.
Jesus pergunta: Simão, filho de Jonas, não o chamou de Pedro porque ele tinha voltado a ser o homem velho.  Ao voltar a ser Simão Pedro levou mais meia dúzia de pessoas consigo “para o buraco”.
Jesus respeita as decisões que tomamos, ele é muito delicado – tu me amas? E o que Pedro respondeu?  Sim, senhor, tu sabes que eu te amo.
No grego esta pergunta está com um verbo e a resposta com outro:
Ágape - Amor mais pleno, philos - humano e Eros - carnal
Jesus fez a pergunta em ágape
Então, traduzindo aqui só para gente entender: Ágape por amor e philos por gostar.
Jesus perguntou, Simão tu me amas? E Pedro respondeu “Senhor, tu sabes que eu te gosto”
Pedro não falou que amava.  Ele não podia mentir.  Jesus sabia que ele não o estava amando.
Segunda vez Jesus perguntou e o Pedro deu a mesma resposta.
Terceira vez Jesus pergunta - Por que três vezes?  Porque a rede estava furada em três lugares, porque ele negou Jesus três vezes.
(ver em Juízes 16: Dalila para Sansão: você não me ama porque três vezes eu perguntei e você me enganou).
Jesus perguntou a terceira vez: Simão, filho de Jonas, tu gostas de mim?
Jesus abaixo o nível, espetacular, Jesus chega ao nível que estamos.  Mesmo que estejamos no buraco, no fundo do inferno, ele abaixo o nível da pergunta e agora a resposta de Pedro é diferente: Senhor, tu sabes tudo. Mas agora porque Jesus desceu o nível Pedro colocou um tudo, e tudo significa tudo.  Tu sabes tudo, tu sabes que eu te gosto.
E Jesus diz, é verdade, você gosta de mim, mas você vai me amar.



Pe. Léo


Ouça aqui essa Palestra

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