Por que a Igreja nos apresenta nesta
sexta-feira, tríduo de pentecostes, este texto do cap 21 de S.João?
Domingo celebramos a festa da Ascensão
do Senhor – Jesus nos dava uma ordem: “Ide pelo mundo e pregai o evangelho a
toda criatura, quem crer e for batizado será salvo. Esses sinais acompanharão aquele que crêem,
falarão novas línguas, expulsarão os demônios, curarão os doentes...”
Jesus dera esta ordem (Mc 16, Lc 24 ou
Mt 28 a cada ano lemos.
Atos 1,1-11 aonde Jesus também nos
falava . Este livro é evangelho em dois momentos, e o cap 1 é um desse
momentos:“Não se afastem de Jerusalém até que vocês seja revestidos com a força
do alto.”
Jesus, que já tinha enviado os
discípulos a pregar o evangelho, já tinha dado poderes aos discípulos, de anunciar
o evangelho, expulsar os demônios, curar os doentes, de falar novas línguas.. Antes
de subir ao
Pai, Jesus dá uma nova ordem: “Não se
afastem de Jerusalém, até que vocês sejam revestidos com a força do alto.”Então
os apóstolos não tinham ainda o ES quando Jesus falou isso?
Sim, tinham comprova-se no evangelho Jo
20 quando Jesus ressuscitado soprou sobre eles dizendo “recebei o ES”.
Eles já tinham o ES do próprio contato
com Jesus, já tinham o ES quando Jesus ensinou o Pai Nosso. (Lc 11,1-13) Se
eles já tinham o ES que o próprio Cristo havia soprado sobre eles, por que
precisavam ir para Jerusalém e não se afastar de lá até que se cumprisse aquela
promessa, aquela profecia, que a Igreja nos fez recordar e nós meditamos em Jo
cap 14, 15 e especialmente 16, “vou mandar outro paráclito”
Eles já tinham ES, já tinham os poderes
de falar novas línguas, converter as pessoas, não só os apóstolos mas o grupo
de 72, os discípulos também que voltaram impressionados.
Jesus lhes disse que ficariam mais
impressionados quando vissem o filho do homem descendo do céu em toda sua
plenitude.
Se já tinham o ES, então a missão
salvífica de Jesus foi incompleta?
Por que Jesus lhes deu aquela ordem e
lês obedeceram?
Mais do que isso, Maria, a mulher mais
plena do Espírito que o planeta terra conheceu, que a própria Biblia diz que
ela era plena de graça (cheia em português não traduz o termo grego, que é
dinâmico e talvez em português seja de fato a palavra plena que vem do latim,
mas ainda não traduz tudo)
Cheio diferente pleno (um copo cheio d’água,
debaixo de uma torneira, jorrando água o tempo todo, está pleno) pleno é cheio
e não pára de ser. Se parar de jorrar já
não será pleno.
No grego pleno significa constantemente
pleno sem nunca poder se esvaziar.
Podemos fazer um paralelo fabuloso entre
Eva e Maria:
Maria é a primeira - a mãe dos seres
vivos. Eva, a primeira - a mãe dos seres
vivos.
Eva foi criada diretamente por Deus
Maria foi criada com um toque especial
de Deus, sem pecado, a exemplo de Eva porque quando Deus criou Maria pensou em
Eva.
O grande elogio que o anjo fez a Maria
foi que ela agiu ao contrário da primeira mulher, por isso Jesus, nos caps 2 e
19 de São João dirige-se a Maria não pelo nome de minha mãe nem pelo nome de
Maria e sim Mulher. O texto original vem
com M maiúsculo.
Do mesmo jeito que no cap 18 de Jo Jesus
é apresentado como o homem, o novo Adão, o Adão que fez a plenitude de Deus em
sua vida, que não se esvaziou de Deus em nenhum momento, embora o trecho, (quenoc)
o despojamento de Jesus de Fil 2 “não se apegou a condição divina mas jamais se
nivelou a condição do pecado.”
Quem procurou Eva quando ela estava
sozinha? Um anjo disfarçado de serpente.
Por isso quando Maria está sozinha um
anjo também vai aparecer para ela.
As condições são absolutamente iguais.
A diferença é que a solidão de Eva era
isolamento e a solidão de Maria era silêncio.
A solidão de Eva era fechamento, a
solidão de Maria era abertura para a graça.
A solidão de Eva era fuga, a solidão de
Maria era reserva.
Por isso ela não se perde em nenhum
momento.
Cada vez que rezamos ave Maria estamos
proclamando o nome da mãe de todos os viventes, Eva.
Por isso, no sábado santo, dia em que
Jesus desceu aos infernos, à mansão dos mortos (Credo) – (na oração da manhã, no
ofício das leituras dos religiosos e padres há uma linda oração da igreja contando
o encontro de Jesus com Adão e Eva). As
primeiras pessoas que Jesus salvou, que estava na prisão dos mortos, no
inferior (inferno é inferior), foram Adão e Eva.
É fé da Igreja católica que Adão e Eva estão
no paraíso, estão no céu.
A Igreja nunca falou que alguém esteja
no inferno, mas afirma, pela sua oração, que Adão e Eva estão no céu, porque
eles foram os primeiros redimidos depois da morte de Jesus.
Maria é a primeira redimida pela
encarnação de Jesus.
A experiência do batismo no Espírito Santo
em nós é absolutamente a mesma.
Cada um de nós recebeu o Espírito Santo. E cada um de nós o recebeu em plenitude. Vários textos nos afirmam que nós recebemos a
plenitude do Espírito. E quando eu falo
nós significa cada um porque Deus nunca olha a multidão, Deus nunca vê multidão,
Deus vê cada pessoa, Deus olha para você.
Você é sempre único diante de Deus, você não é um numero a mais, você é alguém
único diante de Deus.
Cada um de nós recebeu a plenitude do
espírito, não tenha medo de afirmar que você recebeu a plenitude do Espírito do
mesmo jeito que Maria recebeu a plenitude do Espírito.
Acontece que a grande maioria de nós, e
falo isso começando por mim, com muita consciência, faz com o Espírito o que
Eva fez com a plenitude da graça que havia recebido. Nós nos
fechamos, nos isolamos, nos escondemos, nos afastamos, perdemos a comunhão com
Deus.
Portanto a plenitude do espírito está em
mim, há alguma força, neste ou no outro mundo, incluindo o céu e o inferno, que
possa tirar de você a plenitude do Espírito Santo que você recebeu?
Não!
Nem neste nem no outro mundo. Nem no inferno, o demônio não pode tirar a
plenitude do Espírito Santo de você nem de mim.
E nem Deus pode tirar, porque está em Rm
11,29: os dons e a graça de Deus são irrevogáveis portanto, não tem como.
Deus tirou a plenitude da graça de
Eva? Não.
Eva perdeu a plenitude da graça? Não.
Então o que aconteceu com Eva? Ela não
fez a parte humana.
E isso é dogma da fé católica. Quando recebemos o sacramento do batismo,
quando por exemplo, o sacerdote põe a vela na mão da criança, do padrinho, da
madrinha e diz: recebeste o dom da fé, cuida dele, não deixe que esta chama se
apague, tome cuidado, ela pode se apagar.
Por que? Porque é dom de Deus, mas é
acolhida humana, senão o ser humano seria um fantoche, e não é. A liberdade absoluta que Deus deu a Eva, que
Deus deu a Adão, também deu a Maria.
A prova de que Maria estava e continuou
estando em comunhão de plenitude com essa graça é que, mesmo sendo plena do
Espírito Santo, mesmo tendo tido uma intimidade com o Espírito que nenhum outro
ser no mundo, nem Jesus Cristo encarnado teve.
A relação que Maria teve com o Espírito
Santo nenhum ser pode ter, nem mesmo
Jesus Cristo, porque Jesus Cristo foi exatamente fruto dessa intimidade. O ES Ele era tão pleno em Maria que inclusive
a sua carne foi plenificada pelo Espírito.
Não havia nenhum espaço no corpo de Maria que não fosse plenitude do
Espírito Santo. É como se dissesse que
Maria não deixou que o Espírito Santo ficasse só na sua alma, só no seu
coração, só na suas idéias, só na sua vontade. Maria permitiu que o Espírito Santo ocupasse cada
pedaço do seu ser. A unha de Maria era
plena do Espírito Santo. Porque há em Maria
uma junção, uma efusão, uma fusão, uma comunhão íntima a ponto dela ser chamada
Esposa. E a Igreja que deu esse título a
Maria, esposa do Espírito, portanto esposa significa uma só carne. Maria é como se fosse uma só carne com o
Espírito.
Há teólogos e alguns deles aqui no
Brasil da linha até da teologia da libertação que chegaram a afirmar que, do
mesmo jeito que em Jesus Cristo aconteceu a encarnação do Verbo, a Segunda
Pessoa da Santíssima Trindade, em Maria teria acontecido a encarnação do Espírito. Ora, a Igreja nunca afirmou isso, não é uma
doutrina de fé, mas é uma analogia maravilhosa, para nos mostrar que o ser
humano mais parecido com o Espírito Santo, o ser carnal que refletiu o Espírito
Santo em plenitude foi Maria.
E, no entanto, o que ela está fazendo lá,
no dia de Pentecostes, junto com a Igreja e com os apóstolos? Nós rezamos isso
no 3º mistério glorioso: o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos e sobre
Maria. Como poderia descer sobre Maria
se já estava nela? Da mesma forma que
desceu sobre os apóstolos já estando neles?
E da mesma forma que Ele quer descer sobre mim e sobre você já estando
em nós.
Exatamente pela dinamicidade do batismo
no Espírito Santo.
Essa dinamicidade é que, infelizmente, o
mundo está conseguindo, o encardido está conseguindo, até mesmo em grupos que
se dizem carismáticos, estatizar, parar a ação do Espírito Santo. E há alguns elementos que fazem com que isso
aconteça (será abordado na palestra seguinte).
Se da parte de Deus é sempre 100%, da
parte humana tem de ser também 100%
Deus não retirou a plenitude da graça de
Eva, foi ela quem num determinado momento se afastou dessa graça.
Ela saiu com o copo cheio, saiu da fonte
dessa água, o copo balança, derrama e começa a esvaziar. Essa água parada não gera vida (veja o
exemplo da truta que só se reproduz em água limpa e corrente)
O Espírito Santo, os frutos dele também
só se reproduzem em pessoas que tenham a coragem de estar sempre embaixo dessa água viva, dessa água
corrente, dessa água limpa. Aquele que
se encontra nessa água parada do comodismo, do individualismo, vai perdendo
essa graça.
Fique bem claro: não tem como perder a
plenitude do Espírito que está em você.
A Bíblia chega ao absurdo de afirmar que
o Espírito Santo é o penhor da nossa herança.
Que Deus penhorou o Espírito Santo por mim e por você.
Mas nós precisamos agora fazer a nossa
parte. E que parte é essa que a Igreja
nos convidou ao longo desta semana a rezar?
Por que Jesus disse então para os
apóstolos, os discípulos, Maria, Marta, Lázaro, com certeza Maria, mãe de
Tiago, com certeza absoluta Maria Madalena e todos aqueles que formaram os
primeiros 120 cristãos que estavam no dia de Pentecostes.
Porque Jesus mandou que eles fossem para
o cenáculo para aprender algumas coisas que eu sinto em dizer, muitos de nós
ainda não aprendemos.
Interessante, para onde os discípulos,
Maria e os primeiros cristãos com os apóstolos se dirigiram logo após a
ascensão de Jesus, que segundo Lucas 24 aconteceu no monte que separava
Jerusalém de Betânia. Do jeito que Jesus
saiu de Betânia, na 5ª feira santa o que ele foi fazer lá? celebrar a páscoa, a última ceia. Quando Jesus mandou que os apóstolos, a
igreja primitiva e Maria voltassem para Jerusalém, para onde foram? foram para o mm lugar, mas como agora era um
grupo muito grande, 120 pessoas, na última ceia eram 12, mais Jesus e alguns
serviçais, na última ceia ficaram na salinha superior, quando eles chegaram no
mesmo lugar, e isso é muito importante, porque quando Jesus mandou que eles não
se afastassem de Jerusalém eles não foram para um lugar qualquer, eles poderiam
ter ido para o monte calvário ou para a grande Betânia, mas eles vão para o
mesmo lugar onde estiveram reunidos com Jesus vivo, na ultima ceia. Agora não podem ficar na parte superior, é
muito pequeno para eles, então vão para o porão. O cenáculo
está exatamente embaixo, é o porão de onde foi realizada a ultima
ceia. Percebendo-se os sinais: no domingo
então Jesus envia os discípulos pegarem mas diz antes (Atos 1, 1-11) não se afastarem
de Jerusalém vocês precisam ser revestidos com a força do alto, eles vão para Jerusalém,
ali escolhem o sucessor de Judas. A Igreja
precisa estar com a sua hierarquia completa.
Matias é escolhido, o que ficam fazendo
esses 10 dias até o dia de pentecostes? Ficam em profunda oração e a segunda
coisa que ficam fazendo, ficam relendo oralmente – porque não tinha escrita -
aquilo que Jesus fez com os discípulos de Emaús eles ficaram fazendo no cenáculo
(Atos 2, 42 perseveraram eles na doutrina dos apóstolos) não era na doutrina de
Jesus, dos apóstolos significava que cada um deles tinha recebido e guardado um
pedaço dessa doutrina e que à frente deles, mesmo estando ali a mais perfeita
criatura da terra, Maria santíssima, que tinha o es em plenitude como nenhum
outro ser humano, e nem Jesus, se manteve naquela intimidade, mas é Pedro que
vai estar a rente dessa igreja e por isso é Pedro que vai assumir a palavra.
Ao longo dessa semana de oração pela
unidade dos cristãos – essas leituras, além do cap 21 hoje e amanhã, na segunda
feira o finalzinho do capítulo 16, que também é pedagógico, versículo 33 do Evangelho
de João, Jesus dizia: “no mundo tereis muitas dificuldades, tribulações, aflições,
mas coragem, eu venci o mundo”.
Coragem – cor, latim = coração; agem =
força
(Porque para se ter essa força do
coração, essa força dinâmica, quais os dois grandes sinais que saem do coração
de Jesus? Sangue, eucaristia e Espírito
Santo. Foram correndo para o lugar onde
tinham experimentado aquilo que João tinha contemplado, Maria também porque
estava de pé aos pés da cruz, quando o soldado Longino furou o coração de Jesus
e do coração de Jesus rasgado, saiu sangue e água, fonte da divina misericórdia.)
Contemplamos esse Jesus que vai fazer
com Pedro o que fez com a igreja inteira.
A força que veio do coração de Jesus? O
que saiu do coração rasgado do Senhor?
Sangue, o sangue da nova e eterna aliança. E a água? a água viva é o símbolo do Espírito
Santo. No sangue, Eucaristia, e Espírito
Santo que brotaram do coração de Jesus e a Igreja é chamada a ir lá naquela
fonte, inclusive geográfica, olha a importância do lugar, por que os apóstolos,
Maria e a primeira igreja correm para o cenáculo? Eles foram celebrar a Eucaristia.
Os testemunhos que tinham, o testemunho
de Pedro (na praia), dos discípulos de Emaús, estava no lugar onde Jesus havia
celebrado a última ceia, estavam com a presença de Maria (Atos 2) Lucas vai
contar que a igreja primitiva fez depois de pentecostes, estava fazendo antes,
durante a semana de oração pela unidade da igreja pedida por Jesus, essa semana
de oração foi criada por Jesus, Atos 2,42: perseveraram eles, continuaram eles,
firmes na doutrina dos apóstolos – ficaram lá partilhando aquilo que Jesus
ensinava – nas reuniões em comum – a grande reunião em comum que fizeram: o cenáculo;
na fração do pão – a eucaristia, e nas orações.
As quatro coisas que ficaram fazendo no cenáculo: primeiro, aprender a
viver em comunidade, segundo, aprofundar a doutrina dos apóstolos, não é a
doutrina de Jesus porque Jesus ressuscitado não é mais alguém que nos ensina
uma doutrina, Jesus ressuscitado é Ele a própria doutrina. Jesus pregou o reino
de Deus, os apóstolos pregaram Jesus, porque perceberam Jesus é o reino, Jesus
é a Palavra. A doutrina dos apóstolos
significa que eles anunciaram e comunicaram o próprio Cristo, a doutrina dos apóstolos
é o nome de Jesus, nome sobre o qual cada um de nós unicamente pode ser salvo,
eles perseveraram na doutrina dos apóstolos, no aprendizado de vida comunitária,
na fração do pão, cada um partilhando aquilo que tinha (Aos 4,32), com grande
coragem (João 16,33) e nas orações, não ficaram só no sacramento da Eucaristia,
mas também nas orações (Lc 11,1-13). Pedi e recebereis...
Precisamos insistentemente pedir o
Espírito Santo até quando eu estiver pleno, cheio, repleto, completamente
cheio, enquanto eu não produzir os frutos desse espírito eu não posso parar.
Por isso que Jesus monta esse cenário
espetacular.
Pedro havia cometido o mais terrível
pecado da face da terra. O pecado de
Pedro foi muito maior do que o de Adão e Eva, o pecado de Pedro foi,
teologicamente falando, o absurdo dos absurdos porque sendo Pedro o Papa, ao negar
Jesus é como se tivesse mandado Jesus para o inferno. E Jesus foi, só que foi para salvar as almas
que estavam lá.
Esse homem, escolhido pelo Senhor para ser o primeiro Papa, se não
tivesse recebido a cura interior, profunda, que o Senhor realizou agora neste
evangelho, imagine se ele poderia tomar a palavra no dia de Pentecostes e falar
como ele falou. Alguém iria tomar a
palavra e dizer, por acaso não foi o senhor que o negou três vezes (e mais uma
vez ele ia dizer que não).
Jesus precisava curá-lo. Mas Jesus é de uma delicadeza, e essa é a
nossa esperança.
A delicadeza de Jesus é
espetacular. A única coisa que Ele quer
de Pedro e de qualquer um de nos é que a gente chegue, pela graça e
misericórdia de Deus, a amá-lo mais do que qualquer outro amor que a gente
tenha na vida.
Jesus rezou (Jo 17,26) ao pedir a
plenitude de Deus para mim e para você, ao pedir a plenitude da alegria para nós,
cap 17, ao pedir que nossas tristezas se transformassem em alegria, cap 17, 16
Jesus concluía, que Eles sejam um, (vers 21,23 integrados, livres) em mim como
estou em ti ó Pai) e neste versículo 26 “para ti o amor com que me amaste
esteja nele e eu também esteja neles.
Que amor é esse?
É esse amor que agora Jesus pergunta
para Pedro.
Na semana da unidade a Igreja precisa
aprender a viver em comunidade. É na
comunidade que os frutos do espírito santo vêm à tona na sua plenitude mas ninguém faz comunidade com ninguém e Pedro
não poderia em comunidade com a igreja primitiva se Pedro não tivesse curado
seu coração desse pecado gravíssimo que ele cometera. El tinha negado o senhor três vezes. Jesus vai atrás de Pedro e o encontra no mesmo lugar. Uma outra rede estava arrebentada, o coração
de Pedro, a unidade da Igreja. Jesus estava
na mesma praia, no mesmo barco, no mesmo mar.
A pessoa que tem o coração ferido e machucado arrebenta a unidade e não
consegue pescara nada. Se nosso
ministério está sendo infrutífero é porque estamos com nossas redes
rebentadas. Jesus retribui a delicadeza
de Pedro, agora Jesus espera. João conta
que é o Senhor e Pedro vem nadando, correndo.
Jesus pergunta: Simão, filho de Jonas,
não o chamou de Pedro porque ele tinha voltado a ser o homem velho. Ao voltar a ser Simão Pedro levou mais meia
dúzia de pessoas consigo “para o buraco”.
Jesus respeita as decisões que tomamos,
ele é muito delicado – tu me amas? E o que Pedro respondeu? Sim, senhor, tu sabes que eu te amo.
No grego esta pergunta está com um verbo
e a resposta com outro:
Ágape - Amor mais pleno, philos - humano
e Eros - carnal
Jesus fez a pergunta em ágape
Então, traduzindo aqui só para gente
entender: Ágape por amor e philos por gostar.
Jesus perguntou, Simão tu me amas? E
Pedro respondeu “Senhor, tu sabes que eu te gosto”
Pedro não falou que amava. Ele não podia mentir. Jesus sabia que ele não o estava amando.
Segunda vez Jesus perguntou e o Pedro
deu a mesma resposta.
Terceira vez Jesus pergunta - Por que
três vezes? Porque a rede estava furada
em três lugares, porque ele negou Jesus três vezes.
(ver em Juízes 16: Dalila para Sansão:
você não me ama porque três vezes eu perguntei e você me enganou).
Jesus perguntou a terceira vez: Simão,
filho de Jonas, tu gostas de mim?
Jesus abaixo o nível, espetacular, Jesus
chega ao nível que estamos. Mesmo que
estejamos no buraco, no fundo do inferno, ele abaixo o nível da pergunta e
agora a resposta de Pedro é diferente: Senhor, tu sabes tudo. Mas agora porque
Jesus desceu o nível Pedro colocou um tudo, e tudo significa tudo. Tu sabes tudo, tu sabes que eu te gosto.
E Jesus diz, é verdade, você gosta de
mim, mas você vai me amar.
Pe. Léo
Ouça aqui essa Palestra
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